(Excesso de energia, hiperatividade, transtorno do déficit de atenção... Você já pensou em colocar seu filho para fazer aulas de ioga?)
Depois de uma tarde cheia de atividades escolares, um grupo de onze crianças, entre 8 e 10 anos, senta-se em seus colchonetes, em posição de lótus (veja na foto). "Vamos todos relaxar e respirar com calma. Tentem prestar atenção ao som da sua respiração", orienta a professora Maria Ester Azevedo Massola, num tom de voz baixo e suave, que praticamente inexiste no universo infantil. Executado o exercício de inspirar e expirar profundamente, é hora de os pequenos partirem para a posição da vela: deitados de barriga para cima, eles elevam os quadris e as pernas, apoiados nos braços. Sucedem-se as posições do cachorro, do peixe, do corvo, da aranha e assim por diante. Aulas de ioga integram o currículo do ensino fundamental de um colégio particular de São Paulo, o Hugo Sarmento. Uma vez por semana, os alunos se contorcem nas posições requeridas pela ginástica milenar criada na Índia – bem mais fáceis para elas do que para os adultos. "A ioga trabalha a coordenação, a força e o equilíbrio, inclusive o mental", diz Maria Ester. A sessão termina com relaxamento ao som de música indiana. Algumas crianças bocejam e todas se despedem com um sonoro "namastê".
Outras escolas brasileiras têm recorrido, não de forma sistemática, a aulas de ioga para conter o excesso de energia de seus alunos. Nos Estados Unidos, elas estão no programa obrigatório de uma centena de estabelecimentos infantis. Aqui como lá, academias também oferecem classes exclusivas para crianças, chamadas de Yoga Kids. Um dos principais benefícios da prática é ajudá-las a se concentrar nas tarefas. "Agora fico mais calma na hora das provas", diz Giovanna Missani, de 10 anos, que faz ioga desde os 3 e usa as técnicas de respiração e relaxamento antes de se submeter aos testes. Os exercícios ainda promovem ganho de força e flexibilidade. Essa última é especialmente importante porque o grau de elasticidade de uma pessoa é definido até a pré-adolescência. Quanto mais ela for treinada e estimulada na infância, tanto melhor será a sua capacidade de alongar músculos e articulações na vida adulta.
No Ocidente, é recentíssima a introdução da ioga nos programas de educação para crianças. "Trata-se de uma forma de enfrentar um contexto extremamente competitivo e cheio de estímulos, em que prevalecem as agendas atribuladas", explica Maria Ester, que acaba de lançar o livro Vamos Praticar Yoga? – Yoga para Crianças, Pais e Professores. A ioga não torna o seu filho menos competitivo. Aliás, nas sessões, os alunos costumam disputar para ver quem faz a melhor vela ou o melhor corvo. Mas contribui bastante para diminuir a ansiedade. "Às vezes, em casa, a Giovanna faz exercícios de ioga por conta própria", diz sua mãe, Marcia Missani. "É um caminho para superar momentos de angústia e nervosismo."
Nos últimos anos, foram realizados estudos que mostram os benefícios psicológicos da ioga para crianças hiperativas e aquelas com transtorno do déficit de atenção, distúrbio que pode comprometer terrivelmente o rendimento escolar. "A capacidade de aprendizado é diretamente proporcional à de concentração. E nada como a ioga para aumentar a segunda", afirma a psicopedagoga Lúcia Sandri. Até mesmo para os pequerruchos de 2 a 5 anos os benefícios da ioga são visíveis. Está certo que eles ficam apenas alguns segundos nas posições e que, para essa turminha, as aulas precisam ser mescladas com histórias, jogos e brincadeiras. Mas os exercícios são bastante úteis para aprimorar as habilidades motoras. A ioga, por fim, pregam os seus seguidores, desenvolve a autoconfiança, porque permite controlar o corpo e a mente. E, do jeito que o mundo vai, autoconfiança é artigo de primeiríssima necessidade. Especialmente se o iogue mirim de hoje vier a se tornar um jogador na bolsa de valores. Relaxe e respire com calma. Tente prestar atenção ao som de sua respiração...
Outras escolas brasileiras têm recorrido, não de forma sistemática, a aulas de ioga para conter o excesso de energia de seus alunos. Nos Estados Unidos, elas estão no programa obrigatório de uma centena de estabelecimentos infantis. Aqui como lá, academias também oferecem classes exclusivas para crianças, chamadas de Yoga Kids. Um dos principais benefícios da prática é ajudá-las a se concentrar nas tarefas. "Agora fico mais calma na hora das provas", diz Giovanna Missani, de 10 anos, que faz ioga desde os 3 e usa as técnicas de respiração e relaxamento antes de se submeter aos testes. Os exercícios ainda promovem ganho de força e flexibilidade. Essa última é especialmente importante porque o grau de elasticidade de uma pessoa é definido até a pré-adolescência. Quanto mais ela for treinada e estimulada na infância, tanto melhor será a sua capacidade de alongar músculos e articulações na vida adulta.
No Ocidente, é recentíssima a introdução da ioga nos programas de educação para crianças. "Trata-se de uma forma de enfrentar um contexto extremamente competitivo e cheio de estímulos, em que prevalecem as agendas atribuladas", explica Maria Ester, que acaba de lançar o livro Vamos Praticar Yoga? – Yoga para Crianças, Pais e Professores. A ioga não torna o seu filho menos competitivo. Aliás, nas sessões, os alunos costumam disputar para ver quem faz a melhor vela ou o melhor corvo. Mas contribui bastante para diminuir a ansiedade. "Às vezes, em casa, a Giovanna faz exercícios de ioga por conta própria", diz sua mãe, Marcia Missani. "É um caminho para superar momentos de angústia e nervosismo."
Nos últimos anos, foram realizados estudos que mostram os benefícios psicológicos da ioga para crianças hiperativas e aquelas com transtorno do déficit de atenção, distúrbio que pode comprometer terrivelmente o rendimento escolar. "A capacidade de aprendizado é diretamente proporcional à de concentração. E nada como a ioga para aumentar a segunda", afirma a psicopedagoga Lúcia Sandri. Até mesmo para os pequerruchos de 2 a 5 anos os benefícios da ioga são visíveis. Está certo que eles ficam apenas alguns segundos nas posições e que, para essa turminha, as aulas precisam ser mescladas com histórias, jogos e brincadeiras. Mas os exercícios são bastante úteis para aprimorar as habilidades motoras. A ioga, por fim, pregam os seus seguidores, desenvolve a autoconfiança, porque permite controlar o corpo e a mente. E, do jeito que o mundo vai, autoconfiança é artigo de primeiríssima necessidade. Especialmente se o iogue mirim de hoje vier a se tornar um jogador na bolsa de valores. Relaxe e respire com calma. Tente prestar atenção ao som de sua respiração...
(Revista Veja- Edição 2008 de 1 de outubro)